Em 1953, o diretor William Wyler deu a Audrey Hepburn seu primeiro papel como protagonista, catapultando-a para o estrelato com a comédia romântica A Princesa e o Plebeu. O filme abocanhou três Oscar e tornou-se um adorado clássico. Como Roubar um Milhão de Dólares (How to Steal a Million, EUA, 1966) foi a terceira pareceria entre atriz e diretor e, apesar de não repetir a mágica do primeiro encontro, é capaz de um bom e velho entretenimento.
Muito resumidamente, a história é a seguinte: Nicole (Audrey Hepburn) precisa recuperar uma estátua que seu pai (Hugh Griffith) emprestou a um museu antes que a peça tenha sua autenticidade avaliada e se descubra que, ao invés de valer 1 milhão de dólares, a obra é uma das muitas falsificações de arte negociadas e produzidas pelo pai da moça. Nicole então pede ajuda a Simon Dermott (Peter O'Toole), que talvez possa realizar o difícil roubo.
A trama é meio amalucada, no estilo de muitas comédias românticas da época, com um pé na fantasia e outro no exagero. O roubo da história é uma bem humorada desculpa para pequenos truques engenhosos, tiradas espirituosas e romance. Hepburn já não tinha a idade adequada para a personagem (era um pouco velha para o papel) e a narrativa merecia uma boa enxugada. Contudo, Wyler sempre soube utilizar o carisma e magnetismo das suas estrelas, e aqui não foi diferente.
É impossível não gostar da meiga Audrey, que passa a fita inteira desfilando, com sua elegância natural, estilosos modelitos da Givenchy; ou não divertir-se com o charme maroto e jovial de Peter O’Toole (que está uma graça e rouba a cena).
Trata-se de um exemplar menor dentre os filmes de William Wyler. Possui, porém, um eficiente humor singelo inexistente nas comédias românticas atuais. Para mim, uma ótima pedida num final de tarde de um domingo preguiçoso, quando se quer esquecer por duas horas as obrigações da segunda-feira...
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